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quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

...Não sei como te definir...


Ardente, o teu corpo contorcia-se de prazer,

na loucura que a linha do teu corpo desenhava...

Soltavas os cabelos e mordias os lábios

num gemido agudo e selvagem...

Acordavas nos movimentos

a côr vermelha do extase...

Dançavas uma dança sem nome

num corpo aberto ao imaginário...

domingo, 11 de novembro de 2007

Mulher Paisagem...


Queria deixar de imaginar os teus lábios de boneca pintada, vermelhos e quentes...

Queria que a tua imagem de mulher com meias pretas não me tolhesse a Alma...

Queria ser capaz de entender a vulgaridade da tua Paisagem de Mulher decorada com os enfeites do prazer sem retorno...

Queria saber o teu nome, mesmo que nunca te olhásse...

Queria acreditar na ilusão que provocas no orgasmo que seduzes...

Queria entrar dentro de ti para afugentar a Morte...

sábado, 3 de novembro de 2007

...Nas tuas lágrimas...


Quando choras, as tuas lágrimas atravessam a minha alma e desaguam nos meus olhos cansados e doridos... Os nossos corações abraçam-se no silêncio ensurdecedor que os consome...

Revejo em ti a criança que um dia teve o direito de sonhar todos os sonhos, recordo as côres do teu sorriso num rosto onde o verde pérola do teu olhar tinha a força de todas as eternidades...

Lembro-me de ti na loucura quente dos momentos em que te esperava e tu acontecias num milagre sempre renovado... A magia dos teus lábios doces no sabor inocente dos meus, a permanência sem tempo no calor que derretia todas as muralhas...

Lembro-me de te Amar assim, sem imaginar que o destino que há nas coisas, premeditava o modo e o tempo do sofrimento...

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

NO MEU OLHAR...


Queria olhar-me nos olhos e sentir a doçura quente e terna do teu rosto, mesmo sabendo que o posso ter inventado... Queria sentir a fome dos teus lábios aveludados e húmidos, mesmo que nunca tenham existido...

Queria ser o antes e o depois sem o durante, queria ser capaz de pintar a noite sem ofuscar as estrelas... Queria materializar a imagem de alguém que apenas desejo, dar-lhe forma e vida... Queria ser-me nem que fosse por um instante...

sábado, 27 de outubro de 2007

Memória...


Sinto que o tempo todo caíu hoje dentro de mim... como se o tempo que passou, tivesse conseguido passar-me ao lado... Por vezes, a mente parece explodir num sofrimento atroz, ao tentar lembrar acontecimentos, lugares e tempos onde "supostamente" vivi...

...Memórias perdidas, lugares infindáveis, crepúsculos e amanheceres... Não sei o que aconteceu... Sinto que algo me impede de recordar... Numa tortura sem nome, vou prosseguindo o meu caminho sem encontrar as minhas pegadas...


Não me Esqueças...


Quando te olhares no espelho da memória, olha com os olhos da alma e repara, repara na imagem daquelas crianças... continuam lá, naquele tempo onde as abandonámos, oiço-as a chorar num lamento sem tempo...
Lembro-me do tempo em que existimos fora do tempo... Lembro-me do nosso olhar sem sombras nem distância...
Naquele tempo, até o nosso sofrimento parecia ter saído de um livro de contos mágicos...
Hoje a ausência é eterna...

Escrevendo o Amor...


Escrevo o Amor no vestígio dos teus passos,

olho-te no espaço, enquanto a tua ausência ainda o é...

Amanhã não existirão marcas, odores ou sensações

presas entre dois tempos...


Amanhã o ontem será apenas memória,

a memória que fica quando tudo parte...

Amanhã, não serei capaz de decifrar o teu rosto,

ou amadurecer a tua expressão em mim...


Amanhã... Será um nada, pouco menos nada,

que o depois de amanhã...


domingo, 14 de outubro de 2007

...Paisagens Nuas...


Anónima e Amorfa, a tarde insiste em adormecer diante dos meus olhos cansados de não adormecer... Vai longe o tempo em que o Tempo e o Espaço se fundiram numa variável sem nome...
Neste lugar de um Tempo que não era o mesmo, aconteceram paisagens por preencher, espaços sem nome, onde o possível e o imaginário eram um só e estavam presentes em simultâneo...
Lembro-me das sensações e das fronteiras quebradas...
...Corre densa a memória esgotada, moribunda de si mesma, dançando na consciência dos seus últimos momentos...

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Amanhece...


Amanhece no teu olhar
o mel que o torna tão doce...
Amanhece em ti a segunda natureza,
povoando uma Alma sem nome e sem esperança...
Lembras-me palavras soltas na tarde lenta do devaneio
inconsistente e perdido...
Lembras-me Paisagens mudas,
lugares proibidos.
Gestos sem nome...